Foi aprovada na generalidade a lei de paridade em São Tomé e Príncipe
Associações consideram que a lei de paridade aprovada na generalidade pelo parlamento abre caminhos à "participação das mulheres na vida política, social e económica" e querem que seja implementada pelo próximo Governo.
Segundo a presidente da Rede das Mulheres Parlamentares (RMP), Cristina Dias, "Neste momento estamos a abrir um caminho para a plena participação da mulher na vida política, social e económica" acrescentando ainda que "Este é o primeiro passo que nós demos, agora vamos ter uma série de atividades que vamos levar a cabo até ao final desta legislatura e que terá continuidade com os próximos deputados que vierem também na próxima legislatura.”
A representante da Associação São-tomense das Mulheres Juristas, Vera Cravid, considerou que a lei de paridade é "uma lei necessária" para a sociedade são-tomense porque "a questão da oportunidade é muito pouco dada principalmente ao género feminino, com desculpas de que as mulheres têm que conquistar o seu espaço". A jurista refutou estes argumentos e defendeu que o que está em causa "é uma questão de oportunidade e de justiça social", uma vez que "as mulheres são mais do que metade da população são-tomense, elegem e participam nos vários domínios da vida política e social do país".
Vera Cravid, advoga ainda que "Nós também temos que ter direitos de estar presentes nos lugares de tomada de decisão do país e também nos lugares onde se discutem questões-chave do país, principalmente na Assembleia Nacional.”
"O país não pode continuar a ignorar a importância de uma boa parte da população, nesse caso as mulheres, no seu processo de desenvolvimento. É sobejamente sabido que as mulheres são afetadas pela pobreza de forma diferente dos homens, mas mais do que vítimas, elas são peças fundamentais no combate à pobreza no nosso país e, sim, precisam estar presentes nos grandes palcos de tomada de decisões", acrescentou a presidente da Associação Mamã-Catxina, Dalila Vila Nova.
A lei de paridade deverá seguir para a discussão na especialidade esta semana e as organizações da sociedade civil prometem acompanhar os trabalhos para dar mais contributos para a sua melhoria. No entanto, para as eleições de 25 de setembro os partidos políticos deverão integrar o mínimo de 30% de mulheres nos lugares elegíveis nas respectivas listas eleitorais, de acordo com lei dos partidos políticos em vigor.
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